Lyrics

Rua Ensolarada (Roberto Menescal & Silvia Nicolatto)

Abra as portas, as janelas, mude tudo, já cheguei
A casa é pequena prá nós dois, juntos somos
vários tantos nesse antigo novo encontro,
marcado há muitos anos.

Não sei quais caminhos loucos te trouxeram até aqui,
sei do brilho dos seus olhos, carregados de doçura,
estrela mística, luz do mais perfeito céu, campo vasto de emoção, vejo agora, sempre vi, alguém chamava, insistia, quanta saudade eu senti, dessa rua ensolarada,
dessa antiga nova estrada, meu amor,
agora sei que te encontrei.

Cantiga (Silvia Nicolatto)

A canção que você me ensinou foi a rosa
Acordada sonhei com você
Melodia entoei prá te ver
E manhã soprou outras ​​cantigas
Vento de minhas Memórias
Que me trazem lembranças alegres de você
A canção que você me ensinou foi bonita
Delicada recorda você
Nas notas que quis me envolver
e a manhã trouxe nova esperança
vinda de minhas andanças
que me trazem lembranças tão leves de você
a canção que você me ensinou foi a brisa
deixou pétalas sobre o jardim
segredos que guardo prá mim
e a manhã renovou a poesia
fotos de nossa alegria
que me trazem imagens tão leves de você
a canção que você me ensinou foi tão linda
nos momentos que guardo você
doces dias que vem me aquecer
e a manhã mostrou outras cantigas 
vento de minhas lembranças
que me trazem memórias alegres de você

Janaína (Silvia Nicolatto)

Vestido de renda chinelin de dedo
Janaína entrou cheirava a alfazema
com a pele morena vestido bonito
era um dia lindo dia de domingo
desses de calor
dia de flerte discreto de um sorvete certo
e encontrar o amor
com a saia rodada o passo acertado
sabido de cor
Janaína dançava a tarde passava o sol reluzia
era um dia lindo dia de domingo desses de calor
dia de flert discreto de um sorvete certo e encontrar o amor
roda roda a saia Janaína colhe a flor do amor moça menina
roda no vestido dança e brinca
nesse dia quente amor nascente
um jovem formoso muito atencioso logo a conquistou
Janaína ria e se divertia o amor despontando
amor estrela radiante fagulha de luz no céu cintilante
dia de encontro marcado com seu namorado
e um beijo atrevido
roda roda a saia Janaína colhe a flor do amor moça menina
roda no vestido dança e brinca
nesse dia quente amor nascente

Criança (Silvia Nicolatto & João Cavalcanti)

Não é modinha nem canção
Não é antiga nem moderna
Não tem estrofe nem refrão
Não é fugaz não é eterna
Não é a luz da escuridão
Da tradição não é lanterna
Não é o hino da nação
Nem expressão de voz interna
Mas tem as voltas do pião
Cheiro de brisa matutina
Dentro da cesta do balão
Vem que a criança nos ensina
Não é a luz da escuridão
Da tradição não é lanterna
Não é o hino da nação
Nem expressão de voz interna
Mas tem as voltas do pião
Cheiro de brisa matutina
Dentro da cesta do balão
Vem que a criança nos ensina
Nem expressão de voz interna
Mas tem as voltas do pião
Cheiro de brisa matutina
Dentro da cesta do balão
Vem que a criança nos ensina

Apelo / Caicó (Silvia Nicolatto)

Apelo

Na aldeia Canoanã
na ilha do Bananal
perto da cidade Formoso
o rio Araguaia beirando o caminho
vive já bem reduzido o povo Avá
também perto de lá
na Aldeia de Javaé de Boto Velho
há também a família Avá Canoeiro nessa mesma ilha
Em Belo Monte Cararaô beirando o Xingú
a etnia Juruna reclama seus entes
Em Mato Grosso do Sul perto do Rio Hovy
Os Cauá Guarani prostestam
que dignidade e Justiça não estão mais ali.
Membira Avá
Membira Juruna
Membira Cauá
Membira

Sertão do Caicó (Domínio público)

Ô mana deixa eu ir
ô mana eu vou só
Ô mana deixa eu ir
para o Sertão do Caicó
Eu vou cantando com aliança no dedo
eu aqui só tenho medo
do mestre Zé Mariano
Mariazinha botou flores na Janela
pensando em vestido branco
véu e flores na Capela

Peixinho (Silvia Nicolatto)

Chamei Maricotinha para ver Mariquinha,
Achei que a tarde era minha,
Mas o plano ruiu,
Um peixinho atrevido pulou desse vidro,
O mar se abriu;
Meu navio perdido,
Anel prometido
Deixei para trás esse campo florido,
Bordado de festa,
Ainda me resta
Lembrança tão certa,
Que eu quero guardar,
Ela era tão bela,
Que o mar que a espera,
Alegria mais certa
Ao vê-la chegar,

Hoje a brincadeira
Faz vista,
Um peixinho no mar.

Saudade (Silvia Nicolatto)

Saudade,
uma ponta aguda,
de faca afiada na pele,
provocando, silenciosa,
animal feroz,
que aguarda impassível,
na soleira da porta,
que está por abrir.
Adentrando na noite,
me toma nos braços,
me mostra o rosto dessa imagem querida,
de alguém que está perto,
tão dentro da gente,
Um encontro marcado,
em algum outro lado,
onde não posso ir,
Mesmo assim ó saudade,
sei que está sempre aqui,
tão pertinho de mim,
Está certo em meu peito,
em meu corpo,
Saudade.

Curva do rio (Silvia Nicolatto)

Na curva de um rio
Um índio cor de raios de sol
Veio vindo como cotia corre noite e dia
Dia após dia
A vida é um arco íris
Que brilha sobre os trilhos
De quem deseja tanto tanto
Quem deseja tanto tanto
Amor vem iluminar a noite
Nesse quarto de paredes cor salmão
Quero ser um índio voando
Um índio de raios de sol
Na curva de um rio
No meio do caminho
De quem deseja tanto tanto
Quem deseja tanto tanto

Girassol Negro (Silvia Nicolatto)

Um girassol negro,
no cabelo reluzindo,
um girassol negro,
roda gigante vai girando,
Um girassol negro,
no cabelo reluzindo,
um girassol negro,
roda gigante vai girando,
A menina veio dizer
que é hora de sair
sacudir o vestido curto
arrumar seu penteado
vai girar e rodar
um sol prateado pra iluminar
vai girar e rodar
um sol prateado nesse caminhar
Um girassol negro,
no cabelo reluzindo,
um girassol negro,
roda gigante vai girando,
Dentro do ônibus
pressa de chegar ao escolhido
trançado bem o cabelo
prateado o prendedor
enquanto o ônibus dança
o penteado gira e roda
um sol cor tampa de panela
tá chegando a hora de ir ê ô ê ô
com seu namorado já vai se encontrar ê ô ê ô
Tá chegando a hora de ir ê ô ê ô
O amor tá chegando já vem te buscar ê ô ê ô

A colher e o copo (Silvia Nicolatto)

Pega o copo bota a colher no copo
bate o sino de domingo tá na hora da oração
e num contínuo como exige um bom motor
a colher vai insistindo em seu copo cantador
bate de um lado de outro lado ali de esguelha
o metal bem atrevido toca o vidro em verso e tal
começa assim logo tão cedo ao pé do ouvido
um discurso divertido nessa prosa matinal
toalha à mesa quem vai lá ouve graceja bateria
circulando no desfile triunfal
e vão seguindo ouve aqui ouve acolá
a conversa bem disposta
volta volteia volta
o cortejo da manhã.

Almoço na casa do Dino (Rodrigo Lessa & Silvia Nicolatto)

Chama os amigos antigos
Hoje é mesmo um dia para celebrar
Almoço na casa do Dino
A comida vai mesmo arrasar
Mesmo a bebida no ponto
Não tem mais o leite de côco
no peixe daquele jantar
Mas tem feijoada com porco​, lingüiça
e torresmo prá mana fritar
Vizinhos amigos do peito um samba que tem o seu jeito
E um lero de um grande sujeito
sonhando com a sobremesa para completar
Goiabada cascão queijo minas tá lá a
bandeja na mesa
É o nosso manjar​​
Chama os amigos queridos
A todos a nossa homenagem
Não dá prá deixar passar nesse encontro modesto
Vamos comemorar

Amanhecer em Minas - Dawn in Minas (Silvia Nicolatto & Pete Turner)

Dawn, the sun awakes
A sunray broke in
A divine drop, comes through the gap at daybreak
Light comes into the day
Dream of a time
Through the window I see the town waking up
Poets sing their poems
of ideals and conspiracies
looming landscapes, coats of arms
Let the day come in, morning
Streets, images, flashes
Let the day come in, morning
Minas glows in your eyes
Let the day come in

Armadilha do destino (Vitor Pessoa Bezerra & Silvia Nicolatto)